O VERMELHO E O NEGRO: VIÉS DE COR E GÊNERO NAS CARREIRAS UNIVERSITÁRIAS
Kaizô Iwakami Beltrão (IBGE/ENCE) Moema De Poli Teixeira (IBGE/ENCE)
LEG: 21/12/2009
RESUMO
Este trabalho acompanha a população de nível superior no Brasil desde o Censo de 1960 até o Censo de 2000, a partir das variáveis de sexo e cor, procurando identificar as tendências de crescimento na participação de mulheres e de pretos e pardos nas diferentes carreiras universitárias. Estudos recentes têm apontado para a segmentação desse mercado universitário tanto para as mulheres (Bourdieu,1999) quanto para os negros (Teixeira,1998; Queiroz, 2000; Guimarães e Prandi, 2001).O presente texto pretende verificar as duas tendências no tempo, buscando observar se elas seguem ou não um mesmo padrão de seleção social e hierarquização nos moldes dos determinantes sócio-econômicos constatados por Ribeiro e Klein (1982) nos anos 80. O que se conclui é que sim, existe uma certa coincidência entre as trajetórias de acesso das mulheres e dos grupos de cor socialmente menos privilegiados. Os caminhos que representam exceções para os homens pretos e pardos são os mesmos considerados por Julien Sorel na obra de Stendhal: o Vermelho (carreira Militar ? Defesa Nacional) e o Negro (carreira Eclesiástica - Teologia).